terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Homofobia vence disputa na Câmara Municipal


Por: Eduardo Carvalho -->

A bancada metida a santa da câmara Municipal de Campo Grande, formada pelos vereadores evangélicos e ligados a igreja católica, barraram hoje a aprovação do projeto de Lei 6353/07, de autoria do vereador Athayde Nery (PPS), que concederia o título de utilidade pública para a Associação dos Travestis de Mato Grosso do Sul. O vereador Pastor Sergio (PMDB), com o intuito único e exclusivo de postergar a votação do projeto, pediu vistas do mesmo, uma manobra claramente demagoga.
Apoiado pelos auto-proclamados representantes de Deus na Terra, assessorado até por um vereador recém eleito, pastor Lídio, que trouxe seguranças troncudos para mostrar quanto é truculento, e pela vereadora Thais Helena, que apesar de petista é homofóbica, Pastor Sérgio fez o que pode para atrapalhar a votação do projeto, e conseguiu graças a passividade da maioria dos vereadores e vereadoras presentes, que já aprovaram título de utilidade pública para todos os tipos de entidades – até para entidades de proteção aos animais – mas não foram capazes de aprovar o título para a associação dos travestis.
O mais engraçado é que tanto o Vaticano quanto o papa da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, já se manifestaram publicamente contra a homofobia. No entanto, os parlamentares crentes e cristãos preconceituosos (que graças a Deus não são a maioria) aqui de Campo Grande se acham acima do bem e do mal, acham que falam em nome de Deus. Um dia a casa cai e nas profundas esta gente vai queimar diante de tanto preconceito e ignorância.
Os homofóbicos de Campo Grande fazem o mesmo papel lamentável dos grupos ultra-conservadores, de extrema direita e fundamentalistas que se unem contra homossexuais e mulheres mundo afora. Em junho passado, por exemplo, um grupo de evangélicos tentou invadir o Congresso Nacional em protesto contra a aprovação do projeto que criminaliza a homofobia no país. Cerca de mil evangélicos fizeram uma manifestação em frente à sede do Legislativo para evitar a votação do projeto. Os manifestantes querem ter o direito de agredir homossexuais.
Estão na contramão da história já que pesquisa realizada pelo DataSenado revelou que 70% dos brasileiros concordam com a aprovação do projeto de lei (PLC 122/06). Inclusive, no que se refere à religião, a criminalização de atos de preconceito contra homossexuais é defendida por 55% dos evangélicos, enquanto 39% deles querem a rejeição do projeto de lei. Entre os entrevistados de outras religiões, o que inclui a católica, mais de 70% defendem a aprovação da proposta. Ainda de acordo com a pesquisa, 79% dos brasileiros que se declaram ateus aprovam a criminalização da homofobia.

2 comentários:

Anônimo disse...

na democracia ninguem é obrigdo a concordar com o meu pensamento, por isso não concordo quando vc chama os evangelicos de homofobicos, se for assim os maiores homofobicos são vcs que não respeitam o direito de um sidadão brasileiro de não aceitar casamento de duas pessoas do mesmo sexo, estamos em um país democratico esqueceram????.

Olegas disse...

O amigo aí de cima está equivocado. A Declaração dos Direitos Humanos garante que todas as pessoas tem direito a propriedade e, logicamente, à transmissão desta. Esse é o pressuposto para o casamento. A Declaração também afirma que o direito de uma pessoa não deve ser utilizado como fundamento para negar o de outra.
Só lamento, amigo evangélico. Vá estudar mais outros livros além da Bíblia.